terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Alberto Silva na Semana de Ciência e Tecnologia 2008


Olá para todos!!!


No último dia 24 de outubro o nosso Colégio Estadual Alberto Silva se fez presente com um grupo representativo de alunos e professores no Jardim Zoológico de Salvador, participando da Semana de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado.


Além da diversão total foi uma verdadeira sessão de informações ao ar livre. As observações dos diversos animais, as palestras e informações dados pelos vários instrutores e até gente se revelando "celebridade", dando entrevista:



A descontração e as brincadeiras fizeram parte presente a todos os instantes:

Agradecemos a todos e em especial a "colaboradora" Juliana da Secretaria de Ciência e Tecnologia pela solicitude e empenho em viabilizar a oportunidade do passeio para o nosso colégio. OBRIGADO!!!


VAMOS ESPERAR POR 2009!!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

QUESTÃO 1: EJA - 3ª UNIDADE

Listem os principais motivos da fuga/transferência da Família Real e da corte portuguesa para o Brasil e façam um breve comentário sobre esta passagem da história do Brasil. A vinda da Família Real para o Brasil foi realmente importante e fundamental para nossa história?


OBSERVAÇÃO:
- Respondam sempre as questões seguindo a este critério de identificação:
TURMA EJA NX: nomes de todos os componentes do grupo.

QUESTÃO 2: EJA - 3ª UNIDADE


“Os homens que dirigiram o movimento pela independência no Brasil estavam empenhados em manter a ordem, evitar a anarquia e combater os ‘excessos do povo’.”

Emília Viotti Costa


Pensando nos limites sociais do processo de independência, o que poderia representar “excessos do povo” na visão das elites? Comentem.

OBSERVAÇÃO:
- Respondam sempre as questões seguindo a este critério de identificação:
TURMA EJA NX: nomes de todos os componentes do grupo.

QUESTÃO 3: EJA - 3ª UNIDADE


Alguns historiadores argumentam que a Independência do Brasil foi conseguida de forma pacífica, conservadora e tardia, ainda mais se comparada as demais independências da América Latina Hispânica.




Considerando isto e os acontecimentos decorrentes das Guerras pela Independência na Bahia, que culminaram no famoso “Dois de Julho” de 1823, concorde ou discorde da consideração acima.

OBSERVAÇÃO:
- Respondam sempre as questões seguindo a este critério de identificação:
TURMA EJA NX: nomes de todos os componentes do grupo.

QUESTÃO 4: EJA - 3ª UNIDADE

A seguir estão apresentadas duas imagens que representam, cada uma a seu modo, elementos do processo de Independência do Brasil. Vejamos cada uma:


FIGURA 1: Quadro de Pedro Américo sobre o famoso grito do Ypiranga: “Independência ou Morte!”.


FIGURA 2: Charge satirizando (criticando) a decisão de D. Pedro I em proclamar a independência.

Com base nas duas imagens e o que elas representam, posicionem-se e determinem qual delas se aproxima, na opinião de vocês, aos fatos que levaram a Independência do Brasil. Ou discordando das duas, pense se existiu uma outra interpretação para o ato da independência.

OBSERVAÇÃO:
- Respondam sempre as questões seguindo a este critério de identificação:
TURMA EJA NX: nomes de todos os componentes do grupo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

3ª Atividade de História, III unidade - EJA 1/2: Instruções e indicações

MEUS CAROS ALUNOS:
Como citado na sala, passo a vocês as informações iniciais e critérios para execução da atividade última da unidade.
Os temas dados para estudo e interpretação foram:
  • A CHEGADA E PERMANÊNCIA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA NO BRASIL.
  • A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817.
  • A REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO DE 1820.
  • A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.
  • A INDEPENDÊNCIA DA BAHIA: "O DOIS DE JULHO".
INSTRUÇÕES BÁSICAS:
1ª) Acessar o blog.
2ª) Ler, discutir, interagir com as informações e os temas.
3ª) Formar equipes de no máximo 6 (seis) componentes.
4ª) Responder as proposições e questões que postarei em seguida.
5ª) Cada uma destas questões valem individualmente 1,0 ponto.
6ª) O prazo da postagem das respostas é o dia 21/10/2008, terça-feira. OBS.: PRORROGADO PARA O DIA 22/10/2008, QUARTA-FEIRA!
Indico aqui links sobre os temas da atividade:
Todos:
Revolução Pernambucana:
Revolução do Porto:
Independência do Brasil
Independência da Bahia
Aí estão algumas dicas! Procurem outros pela internet através do http://www.google.com.br/
Internet é pra vasculhar e fuçar!!! Estarei postando as questões em breve!!!

O dia dos professores e a minha querida pró Edileuza.

Graças a DEUS tive a sorte de ter tido grandes mestres a me ajudar no meu caminho... valorosos professores da escola pública brasileira e simõesfilhense de forma específica.
Estudei o meu primário (pré e 1ª a 4ª série) todo no colejão do CIA 1. Meu ginásio (5ª a 8ª) e segundo grau no querido Luis Palmeira. Nestas casas tive grandes professores, como já falei. CItarei os nomes de alguns me perdoando os outros que por falha na mémoria deverei esquecer: Pró Altina, Pró Anete, Pró Edileuza (estas no primário), Maria Helena, Mariza, Nonato, Moisés, Nilzete, Romilson, Paulo Gilberto, Gilson, entre tantos... Não posso esquecer porém de meus grandes professores de universidade, na FFCH na UFBA, no meu curso de História: Lina, Tuca, Zezé, Gino, Muniz, João Reis, Zamparoni.
Mas, esta "senhora" pra quem eu dediquei o título representa o meu afeto a todos meus grandes professores: a minha querida professora Edileuza. Além da sua simpatia e alegria, eu já percebia, mesmo na minha infância na 4ª série, a qualidade profissional dela.
O que mais marcou a minha relação com a "pró" Edileuza foi fato dela ter promovido um concurso de leitura com seus alunos das turmas de 4ª série. Ela fez eliminatórias nas salas, etapas semifinais e depois a "grande final". Se hoje eu sou um professor que também busca motivar meus alunos com atividades e ações deste tipo penso que herdei isto da minha querida pró.
Claro que o resultado final do concurso influenciou nesta minha memória a este fato: eu ganhei o concurso de leitura!!! Para a latente e eterna alegria dos meus pais e da própria pró Edileuza.
O mundão dá muitas voltas e o tempo caminha sempre pra frente... e nestas voltas do mundo e no passar do tempo, eu já professor tive o prazer de trabalhar como colega com minha amada pró, no Georgina Simões. Sei que pra ela também foi um prazer.
Hoje sou eu que vira e mexe me deparo com um ex-aluno que se torna meu colega. Quem sabe alguns poderão até contar histórias agora com meu nome...
Finalmente, só tenho agradecer aos meus professores, que juntos a meus pais, a outras pessoas que sempre me apoiaram, ajudaram a me fazer o homem que sou.
UM BEIJO A MINHA ETERNA PRÓ EDILEUZA!!!
Então proponho que vocês também escrevam uma mensagem pra seus professores, pelo menos aquele ou aqueles que vocês reconhecem qualidades ou afinidades... Quem já deixou de estudar, cite um professor seu inesquecível, uma história de escola com um professor que o marcou, algo do tipo...
Vamos lá: expressem-se!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Resposta em outro blog.

Um companheiro "blogueiro" indagou, resumidamente, sobre como fazer a mudança na política da cidade. Eu o respondi assim:
"A mudança só será feita com a gradual tomada de consciência da população. E este papel é do jovem. Não que os mais antigos não tenham mais esta condição, mas, por terem já os ranços do passado fica díficil esta guinada. Mas quando vejo jovens votando em candidatos 'porque é bonitinho', 'por causa da música', 'porque é pobre', etc. isto me entristece e me tráz a minha posição de 'pé no chão', ou seja: não acredito em milagres em mudanças sociais. As mudanças tem que partir da população. Esse negócio de ser 'cidadão de dois em dois anos' não provocará este processo... pergunto: quantos eleitores simõesfilhenses são filiados a um partido político? E se filiados são, quantos destes poucos influenciam na tomada de decisão dos seus partidos e políticos? E deste seletíssimo grupo quem se propõe a fazer uma política séria e honesta para com a causa pública? Então, vejam que nosso problema é mais da gente que dos políticos... como diz o dito popular: 'o buraco é mais embaixo...' E que buraco..."
E vocês, o que acham???
O blog do cara é esse aqui: http://jvieiraba.blogspot.com

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

PLANO DE GOVERNO PARA SIMÕES FILHO: chegou a hora. E agora???

Em toda eleição que é limpa a vitória é da DEMOCRACIA. Independente de quem conseguiu a maior quantidade de votos ou se postulou a uma cadeira na câmara, a população só terá a idéia se realmente "venceu" a partir do momento da consolidação dos trabalhos e propostas dos novos administradores públicos.

A vitória de Eduardo Alencar é incontestável: mais de 60%, com uma vantagem de mais de 20 pontos percentuais em relação a soma dos outros candidatos, uma efetiva maioria na câmara de vereadores (será a totalidade até 1º de fevereiro???).

Portanto, Alencar será o prefeito da cidade: legítimo a partir do 1º de janeiro próximo. Só espero que ele e sua equipe de trabalho percebam que ele será o prefeito de toda a cidade e não de uma parcela dos 34 mil e poucos que votaram nele. Que o seu grupo tenha aprendido que se hoje "ele tá de volta" foi porque ele saiu em 2004 justamente pelo descaso com uma boa parte da população da cidade. Agora seria o momento dele estar saindo em triunfo, colocando seu sucessor tranquilamente se realmente os doze anos anteriores a saída da sua última administração não tivesse ressalvas. Por isso sou meio "rodrigueano" e acredito que toda "unanimidade é burra", principalmente em política. Mas, tanto na vida como na política a gente aprende (ou deve aprender) as lições do caminho... Espero que Eduardo tenha aprendido e governe o munícipio e sua população na totalidade que ela merece e exige. Temos que ao menos dar crédito as pessoas.

Então conclamo a todos a propor ou a relatar (se souberem) quais são as propostas de governo do nosso futuro prefeito, bem como as proposições dos nossos futuros e também tão legítimos parlamentares. Agora acabou a campanha eleitoral, o vazio das discussões, os ataques ininteligíveis... E agora??? O que é que fica??? Melhor: quais são os pontos importantes e fundamentais para o pleno desenvolvimento da nossa cidade e a recuperação de anos de atraso e perdas no processo de construção de uma sociedade mais evoluída (e não estou falando de quatro, oito, doze, dezesseis..., vinte anos...).

Vamos lá!!! Quem tiver coragem, vontade, quiser e puder, opine!!!

sábado, 4 de outubro de 2008

Novo presidente do Bahia: tem que ser competente e profissional!!!

Coloco aqui a resposta que dei na comunidade do orkut do Bahia a um fórum em que se discutia a candidatura de algumas pessoas a presidência do meu Bahia.

A pergunta e informação inicial do fórum é esta aqui:

[BAHIA] Diretor da TAM quer ser presidente.
Davidson Botelho, diretor regional da empresa aérea TAM na Bahia, está movimentando suas conexões para tentar se tornar presidente do Esporte Clube Bahia. O empresário já realizou diversos contatos nos bastidores, conversando com radialistas, cronistas esportivos, diretores do próprio clube e personalidades influentes no meio político baiano em busca de apoio para uma eventual candidatura a cartola tricolor. Botelho é torcedor fanático do Bahia e com a atual onda de ataques à diretoria do clube, em especial contra o conselheiro Paulo Maracajá, apontado como o presidente de fato do Tricolor, considerou a possibilidade de assumir o cargo.


Minha Resposta:

Tem que ser competente e profissional!!!

Discordando democraticamente de alguns colegas torcedores acho que pra ser presidente do Bahia tem que ser competente e profissional...

Entender a grandeza do nosso clube e determinar metas e objetivos fundamentais pro nosso clube e sua redenção, tais como:

1 - Recuperar a hegemonia estadual
2 - Organizar e fazer renascer a nossa divisão de base
3 - Partir pra construção ou obtenção definitiva da Fonte Nova ou Pituaçu como nosso estádio próprio (e depois fazer pra 80 mil pessoas...)
4 - Disputar títulos nacionais (Copa do Brasil; Campeonato Brasileiro; Campeonato do Nordeste, caso volte...)
5 - Inserir o nome do Bahia internacionalmente, começando por participar de competições como a sulamericana e libertadores, e porque não, ganhando uma delas...
6 - Usar estratégias de marketing positivas, como por exemplo, trazer grandes times internacionais para amistosos e/ou torneios aqui na Bahia: já pensou um jogaço Bahia x Barcelona aqui em Salvador??? Este "BaBa" eu não iria perder...
7 - Estruturar equipes de outros esportes com visibilidade para divulgar e difundir a marca e o nome do Bahia: um time de Vôley na liga nacional; basquete; corredores de atletismo, como faz o Cruzeiro; duplas de vôley de Praia; nadadores, etc...

Então, acho que competência e profissionalismo é mais importante que "pedigree" tricolor??? Acredito não existir torcedor do Bahia nem maior nem menor que Maracajá, Accioly, Barradas, Guimarães, ... mas, cadê a competência e a lisura???

É isto aí!!!

P.S.: Sugiram outras propostas...


Mais uma para todos nós refletirmos sobre a educação...

O texto que seguirá foi mandado para mim por um amigo professor e colega de trabalho, o professor João Carlos com quem tenho a satisfação de trabalhar no Alberto Silva. O texto, obviamente como se verá, não é do João e muito menos meu. Apenas o trago a tona pelas questões que ele levanta. Leiam e façam suas observações próprias e ponderações.
P.S.: Não me posiciono (ainda) nem contra ou a favor as opiniões do autor.
Cristiano

Educação de quem? Para quem?
Por Gustavo Ioschpe


"As questões relativas à escola foram seqüestradas pela agenda da corporação dos funcionários do ensino. Defender o professor não é o mesmo que defender os alunos? Esse discurso é o dos profissionais do ensino"

Falemos de duas salas de aula. Na primeira delas, a professora Bety ensina matemática. O assunto pode parecer árido – geometria espacial –, mas, com suas esferas invisíveis dentro de cubos e pirâmides, Bety enfeitiça os seus alunos, que assistem à exposição da professora em silêncio compenetrado, interrompido apenas por perguntas prenhes de curiosidade. A segunda aula é de biologia. O professor, cujo anonimato preservo, é chamado, à boca pequena, de "ET" pelos alunos. Sua dicção é monocórdia e a pronúncia catequética de termos estranhos – "o ta-las-so-ci-clôôôô" – choca-se com a balbúrdia que impera entre os alunos. Pedaços de giz são atirados ao quadro-negro, bolinhas de argila vão parar nas paredes. A algazarra é tamanha que, no dia em que as provas corrigidas do bimestre seriam entregues, um aluno resolve trazer uma arma de brinquedo para intimidar o professor.

Essas duas classes, na verdade, são uma só. O mesmo colégio, os mesmos alunos, o mesmo espaço físico, os dois retratos ocorridos no mesmo ano. Conheço-a bem: é a classe na qual me formei no ensino secundário.
Não conheço estudos empíricos sobre o assunto, mas durante a minha vivência de estudante casos como esses descritos acima formaram a convicção de que o problema da indisciplina na escola está fortemente associado à qualidade da aula que está sendo ministrada. Eis uma idéia que deve soar no mínimo estranha, possivelmente sacrílega, a qualquer pessoa bem informada que acompanha o debate educacional brasileiro. Pois, na questão da indisciplina, certamente predomina a leitura de que esse é um fenômeno de responsabilidade exclusiva do aluno – desajustado, vagabundo, porra-louca etc. –, de sua família – os pais que não ensinam mais valores aos filhos e só se lembram de ir à escola para reclamar quando o filho leva bomba – e da sociedade em geral, cada vez mais violenta e desrespeitosa.

Em realidade, não é apenas na questão da indisciplina escolar que a responsabilidade pelos nossos fracassos é atribuída à sociedade ou aos alunos e que os agentes do sistema educacional, especialmente os professores, aparecem apenas como as vítimas, que lutam sem jamais desistir apesar da enorme maré contra. Todas as questões relativas à escola foram seqüestradas pela agenda da corporação dos funcionários do ensino. Pense naquilo que você, leitor, acredita ser a solução para o problema da nossa educação. Provavelmente será algo que englobe alguns ou todos os seguintes fatores: aumento do investimento em educação, aumento do salário dos professores, diminuição do número de alunos nas salas de aula, aumento do número de horas letivas. Agora pense nesses fatores e pergunte-se: a quem eles beneficiam? Aos alunos ou aos profissionais do ensino?

Você provavelmente deve estar pensando: não é a mesma coisa? Professores mais satisfeitos e motivados não darão aulas melhores? Defender o professor não é o mesmo que defender os alunos? Você sucumbiu à propaganda da corporação, mas não se assuste: assim como os alemães da época hitlerista acreditavam que os não-arianos eram raças inferiores e os cubanos sob Fidel crêem que podem creditar todos os seus males à perseguição dos Estados Unidos, é difícil para qualquer um ter uma idéia diferente da propagada pelo discurso único. No caso da nossa educação, esse discurso é o dos profissionais do ensino.

É uma cantilena que tem lógica, claro. Faz sentido imaginar que professores e funcionários de ensino mais bem pagos serão mais motivados e, portanto, darão aulas melhores, ou que conseguirão dedicar mais atenção a cada aluno em salas menores, ou que a presença de equipamentos multimídia ou de uma quadra poliesportiva tenha efeitos positivos – assim como é bastante lógico imaginar que o Sol orbita ao redor da Terra, que o planeta é quadrado, que uma garrafa cheia de água chegará antes ao solo do que uma garrafa vazia ou que a melhor forma de combater uma doença que se espalha pela corrente sanguínea é retirando sangue do corpo por meio de sanguessugas. Muito do que é lógico é falso, e muito do que é verdadeiro é contra-intuitivo. A única maneira de estabelecer a verdade é testando, empiricamente.

No campo educacional, essa medição vem sendo feita de forma sistemática e metódica há mais de dez anos, e revela alguns achados talvez surpreendentes. Quando se analisa o desempenho de alunos em testes e se cotejam as características de suas escolas e professores, descobre-se que o número de alunos em sala de aula não tem impacto significativo sobre o aprendizado, nem o salário dos professores, nem a presença de infra-estrutura rebuscada nas escolas. Esses mesmos estudos empíricos revelam outros dados interessantes. Alguns dos fatores associados ao melhor desempenho do alunado não apenas não trazem benefícios aos professores como fazem com que tenham de trabalhar mais: alunos que fazem o dever de casa com mais freqüência, por exemplo, têm desempenho melhor – e esse desempenho é ainda melhor se o professor comenta a sua avaliação, em vez de apenas marcar "certo" ou "errado". Também têm desempenho superior alunos que são avaliados constantemente por meio de provas, alunos de professores com um conhecimento mais aprofundado da matéria que ensinam e alunos de professores que faltam menos ao trabalho. Não é curioso que nenhum desses fatores conste da agenda dos sindicatos de professores quando eles fazem manifestos pela melhoria da qualidade da educação? Não, claro que não. Sindicatos devem defender a sua categoria. O problema não é que a corporação dos profissionais do ensino puxe a brasa para a sua sardinha; o problema é que eles tenham conseguido fazer com que o país aceite como sendo um programa para o bem comum aquilo que é, na verdade, a defesa dos interesses da sua categoria profissional.

Esse deslocamento de prioridades só é possível porque há um vácuo na nossa sociedade, que parece ter se esquecido de quem é a nossa educação e para quem ela é feita. É bom lembrar, portanto, que a educação pública é de, digamos, "propriedade" do povo brasileiro, e não apenas dos profissionais que nela trabalham. Esses profissionais são servidores públicos e, portanto, não cabe a eles formular política pública, mas sim acatar o programa decidido pela sociedade por meio dos seus representantes eleitos. E isso em todos os níveis: assim como o professor de 1ª série de uma escola pública não pode decidir quando o aluno deve ser alfabetizado, os doutores da pedagogia da USP não podem formar, com dinheiro público, professores que eles desejam que sejam vanguardistas da revolução socialista. Finalmente, precisamos lembrar para quem é nossa educação. Um sistema educacional é criado para educar os alunos. É isso – só isso – que importa. Se as salas de aula são agradáveis ou não para o professor e se a escola é suficientemente convidativa para os seus funcionários são questões que deveriam ser relevantes apenas na medida em que comprovadamente afetam o desempenho dos alunos. A idéia de que nosso aluno não aprende porque não se interessa ou porque os pais não se importam com a escola é ridícula, para não dizer maliciosa. Seria algo na composição do nosso ar, ou algum vírus na água que os brasileiros bebem, que aniquila a curiosidade das nossas crianças e o desejo dos pais de ver os filhos progredindo na vida?

Precisamos de um reordenamento da nossa leitura da educação nacional. Cada vez que um aluno não aprende – e estão aí todos os testes, nacionais e internacionais, mostrando que o nosso aprendizado é catastrófico –, precisamos primeiro imaginar o que está errado na educação que ele recebe. Se ele não se interessa pela aula, é necessário ver se a aula não é desinteressante. Se ele não estuda, precisamos checar se ele recebe material suficiente e se tem as avaliações necessárias para saber que precisa estudar. Se o aluno não faz os deveres quando chega em casa, temos de verificar se eles estão sendo prescritos pelos professores, se estão sendo corrigidos e se o fato de o aluno não os fazer tem alguma conseqüência. Se os pais não participam da escola, devemos questionar se a escola se organiza de maneira a realmente permitir a participação dos pais, se eles se sentem convidados ou ignorados pelos diretores e professores de seus filhos, se percebem a escola como um espaço no qual podem e devem atuar ou como um ente distante, alheio, fechado. Somente depois de esgotados esses questionamentos é que deveríamos partir para a culpabilização de pais e alunos.

Parece radical, mas na verdade é óbvio. Se parece estranho, é bom sinal: do jeito que anda nossa educação, é bastante provável que o senso comum esteja errado.

Comentário do professor Roberto Albergaria sobre o dia dos professores

Este foi um texto produzido pelo professor Roberto Albergaria da Faculdade de Filosofia da UFBA, no ano passado, refletindo sobre o dia dos professores. O texto é "grandinho", mas, o leiam.

LEIAM AGORA:

Dia do Professor: o sonho acabou.


Eu queria falar dos professores. Vários alunos de Renato Mezano fizeram dissertações e teses de doutorado sobre a dimensão sexuada da relação professor aluno. Isso é uma coisa muito interessante. Antigamente, toda aluna que chegava na 8ª série se apaixonava por um professor. Professor de história, português... Depois isso foi caindo de moda. Aí, com a moda da cultura do corpo, elas passaram a ter alguma paixão distante pelo professor de educação física. Mas hoje o professor não inspira mais tesão em ninguém. E é sobre isso que eu vou falar.

Comemoramos no dia 15 de outubro o dia do professor. Mas o que a gente está comemorando finalmente? Nada! Porque o professor é uma figura absolutamente sem valor na sociedade hoje. Professor hoje não desperta nem mais o tesão das alunas. Não desperta o reconhecimento de ninguém porque as pessoas hoje acham que a informação está na internet. Ser professor hoje é uma opção de última escolha quando os meninos fazem vestibular, porque a gente vive numa sociedade espetacular, cidade das artes, cidade de onde o importante é curtir a vida. A nobre figura do professor é apenas uma ilusão.

Quando a gente diz que o professor tem uma nobre missão de iluminar as almas das crianças, abrir a cabeça dos meninos, não tem nada disso. Eu sempre digo a meus alunos que quem abre cabeça de aluno é o buzu da Vibensa quando atropela um na frente da Faculdade de Filosofia. Não existe mais essa história de abrir cabeça. Isso é aquela ilusão iluminista de que o saber é bom. Não é bom meu Deus.

Dos meus alunos todos, durante 30 anos ensinando, poucos deram pra alguma coisa que prestasse na vida. Então o status de professor hoje não é nada. A educação é uma grande ilusão. Esse negócio de que os meninos vão ser coisa boa. Que nada! Os jovens hoje só querem saber de curtir a vida. Os meninos de hoje não querem saber de mudar zorra nenhuma. Cada um cuida de si e o diabo por todos.

As universidades hoje são espécies de “Think Tank”, como os americanos chamam. São tanques de pensamento, onde um monte de cabeção vai criar soluções pontuais pra você apertar fechadura, endireitar uma antena, etc. As universidades públicas, que já tiveram grande função no Brasil, não têm mais. Inclusive elas são extremamente minoritárias. A grande parte do ensino universitário hoje é feito pelas faculdades privadas. Um grande negócio.

Então por conta disso tudo, por conta do mundo que a gente vive, desse capitalismo turbinado, nós professores não temos mais lugar. Nós somos os marginais desse mundo. A educação hoje é ditada pelas normas da Organização Mundial do Comércio e é tratada como uma mercadoria qualquer.

Do ponto de vista do Estado, nós educadores não somos nada. Nós não temos reajuste. A única coisa que teve de positivo nesse governo foi o piso de R$800 para as prefeituras do interior. De resto não existe nenhum estimulo econômico. As Universidades Estaduais não têm reajuste, a Federal não vai ter reajuste até 2050, os sindicatos são todos aparelhados, seja pelo PT ou PCdoB. Ai você vai dizer: “Se você queria ganhar dinheiro não deveria ser professor”. Tudo bem, eu sei. Quando eu decidi ser professor eu gostava. Ainda tinha aquele espírito da nobreza do ensino, etc. Mas também não era pra morrer de fome. Não é pra viver num estado de indigência como todos nós vivemos hoje. A gente não tem mais prestigio nenhum. Além do sexy-appeal, a gente perdeu o prestigio. Ninguém quer estudar pra ser professor, porque é uma profissão sem prestigio, sem valor e sem reconhecimento.

Do ponto de vista ideológico, nós, professores, não valemos mais nada no mercado das ilusões burguesas cotidianas. Qualquer publicitário hoje vale mais que o professor. Os alunos não escolhem mais a profissão de professor. Já existe uma espécie de auto desvalorização por conta desse não reconhecimento na nossa condição. Aí os meninos querem fazer Publicidade pra vender mentira, pra ficar enrolando os outros. Ou então vão fazer Direito pra poder ser bem pago pelo picaretas e ganhar muito dinheiro. Mas nunca ser professor. A própria categoria, o próprio recrutamento dos professores é cada vez menor. Professor de física não existe mais. Professor virou uma figura em extinção. Eu estou triste com essa data. O que a gente comemora nesse dia? O meu dia é um passado perdido.

O pior é que eu não vejo mais mudança para a crise na educação. Essa idéia de solução corresponde a idéia de salvação. Quando nós éramos cristãos a gente acreditava na salvação. Depois que o mundo ficou laico, os iluministas trocaram a idéia de salvação pela idéia de solução. Não tem mais solução para as coisas. Nós já passamos do mundo moderno. Ser intelectual hoje não vale mais nada, porque os mundos intelectuais acabaram. Hoje você tem que ser artista, tem que ser midiático, tem que ser performático. Hoje o mundo é de técnico, de especialista. A própria Universidade já não pensa mais a sociedade, já não discute as grandes questões. A Universidade hoje é uma confederação de pequenos nichos de especialistas. Cada um cuidando de sua própria vida e atendendo aos ditames do mercado. O Ministro da Educação disse, em reportagem da revista Veja, que queria abrir a Universidade para a sociedade. Não é para a sociedade, é para o Estado. Nós não temos mais a função crítica que tínhamos.

A minha associação de classe, que é aparelhada pelo PT, fez um caruru para comemorar o dia dos professores. É uma coisa deprimente isso, porque não se faz nada pelos professores. Todos fazem parte desse grande sistema hoje onde tudo se auto-reproduz sem crítica. Porque quem critica é chato, quem crítica é escroto. Não se pode falar nada ou então fala as tecnicalidades da sua especialidadePor fim, os culturocratas, os burrocratas, e inclusive o Ministro da Educação - que deu entrevista a Veja e não disse absolutamente nada - eles dizem que quando o aluno falha a culpa é do professor. Eu não sei que diabo é isso não. A lei do jogo agora é essa. A proposta das Universidades hoje é você fazer com que os alunos se formem mais pra fazer mais número pra emprenhar as estatísticas. Por isso que estou dando esse depoimento melancólico. Mas essa melancolia é a melancolia da maioria dos professores de hoje. Não vejo nenhum professor feliz da vida e acreditando que vai mudar mais nada não. O sonho acabou.
- Reprodução do comentário do Professor Alberto Albergaria no Jornal da Cidade 2ª Edição, no Dia do Professor (15/10/2007). Artigo publicado na edição de número 5 da Revista Metrópole.
E aí meus caros colegas e amigos?! Concordando ou discordando do professor, na integra ou em parte, em absoluto ou com ressalvas, o que vocês acham??? Vamos lá comentem, pois, eu... NÃO TENHO COMENTÁRIOS!!! É ISSO AÍ MESMO???

AMIGOS E ALUNOS!!!

É com satisfação que apresento para vocês o meu blog oficial. Este espaço que estou criando para efetivar discussões e debates, informar, aprender também, propor atividades, construções e trabalhos, enfim, estabelecer uma conexão positiva com todos vocês!!! Entusiasta que sou da educação, formal e informal, da difusão cultural e da transformação do tecido social, vejo no uso das novas tecnologias uma possibilidade magnífica de estabelecer estes processos de construção. Vamos a partir de agora a compartilhar este espaço de revolução!!!

Como estas figura aí em baixo, vivo mesmo: "tentando conquistar o MUNDO!!!". kkkkkkkkk
Pra início de conversa comentem e se posicionem sobre esta proposta.