segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Oposição" do Bahia: perdemos mais uma oportunidade de mudança!!!

Infelizmente vemos mais uma página ruim da história política do nosso amado tricolor. Estou falando de todo esse processo que envolve a anunciada reforma estatutária que prevê (ou previa) eleições para a direção do clube pelo quadro de associados a partir de 2011 e a própria eleição atual ainda pelo colegiado do conselho deliberativo.

Deram sopa e os conservadores do clube se fortaleceram e jogaram bonito para cima da dita oposição (sic). Inabilidade política, destempero e falta de liderança e coesão nas propostas e ações nos levaram a esta condição. Porque digo isso? Vejamos a seguir.

Em torno a todas as especulações aos sucessores para o cargo de presidente do clube surgiram mais forte duas possibilidades: a de Reub Celestino e a de Marcelo Guimarães Filho. A primeira mais alinhada a chamada oposição esvaeceu-se nas costuras políticas além do clube, transitando por gabinetes governamentais e corredores do parlamento municipal, estadual e federal, talvez. Sem o apoio do conselho deliberativo dominado pela situação acredito que mesmo passando pelo conselho de segurança da ONU não teria vingado...

Então surgiu forte o nome do deputado federal Marcelo Guimarães Filho. Este apoiado ou ao menos com força no contingente votante do conselho, mais afeito à situação. Particularmente com muito mais possibilidades concretas de vingar este projeto, pois, teoricamente, o deputado seria um “candidato da situação”, representando o continuísmo, os conservadores. Por isso falei teoricamente. Marcelo Guimarães Filho não é Marcelo Guimarães “pai”. Muito menos este não é Paulo Maracajá nem Petrônio Barradas. Claro, não sejamos ingênuos em não considerar as influências que o possível candidato tem nestes próceres citados, principalmente a lógica do seu pai. Mas, o deputado é uma pessoa de uma geração mais jovem, com uma outra formação e mentalidade.

Após estas ponderações, justifico o título deste meu texto em que critico a posição desta suposta oposição do Bahia. Eles adoram perder oportunidades. E a cada uma delas perdida o clube perde também o tempo necessário e fundamental para sua recuperação e organização.

Já perderam tempo quando no fim de 2006 e início de 2007 na época da célebre passeata com repercussão nacional e com o momento do “público zero” não souberam (ou não quiseram) negociar uma transição democrática para o clube. Naquele instante, enfraquecidos, os eternos mandatários do clube se sentiriam pressionados a flexibilizar reformas fundamentais no estatuto do clube já para essa eleição: reformar a estrutura e composição do conselho ou até mesmo antecipar as eleições diretas. O que fizeram? Disseram não, fizeram nada! Radicalizaram dizendo que não negociavam, conseguiram seus “quinze minutos de fama” nas rádios e televisões, ampliando até para quinze dias. Subestimaram a capacidade política de “camaradas” como Paulo Maracajá, o principal, e até mesmo de Marcelo Guimarães, como diria o Hilton 50: “o pai”.

Agora perdem tempo de novo quando radicalizam mais uma vez e não barganham com o propenso e possivelmente candidato Marcelo Guimarães Filho. O candidato já explanou a vontade de reformular o conselho e garantir as eleições diretas para 2011. Isso antes da fatídica assembléia do dia 27/11. O que é que eles fizeram? Jogaram o jogo da situação e deram o álibi perfeito para a protelação da situação. Não sou adivinho, mas penso no que vai acontecer: o deputado vai ganhar de qualquer jeito, porém ficará desobrigado de cumprir essas suas afirmações anteriores ao dia 27. O que poderia ser feito? O lançamento de uma candidatura de oposição em que um candidato sentar-se-ia com Marcelo e definissem um protocolo de reformas seja qual fosse o vencedor do pleito, principalmente diminuir e reformular o conselho deliberativo do clube que deveria ser eleito periodicamente pelos sócios votantes. A partir de 2009 dentro deste novo conselho fazer-se parte ativa da vida política do clube, realizando uma oposição racional, honesta e fiscalizadora e criando opções políticas capazes de gerir o nosso clube.

Falo tudo isso como um observador do processo, torcedor apaixonado do meu clube. O que quero é uma direção que ao menos entenda a grandeza do ESPORTE CLUBE BAHIA, maior clube tradicionalmente do norte-nordeste do Brasil, um dos maiores do país, uma torcida fanática, apaixonada e apaixonante. Uma direção que coloque o Bahia novamente no seu rumo, como um lema antigo do clube: NASCEU PRA VENCER!!! Não importa se o presidente do time numa nova mentalidade será Marcelo Guimarães Filho, Reub Celestino, Virgílio Elísio (era esse que eu queria, mas...), ou qualquer outro: o que quero é meu Bahia acordado de novo. Porque grande ele nunca deixou de ser. Pequenos são alguns que dele tiram proveitos políticos e particulares. Independente de que grupo façam parte e de que lado estejam.