Meu caro “amigo”: realmente sou professor, mas, antes disso
sou cidadão. Entendo que não só professores, alunos e pais de alunos deveriam
preocupar-se com o estado deplorável da nossa educação pública. E não estou
falando apenas desta greve. Esta é apenas mais uma febre que indica o quadro
grave da educação neste país.
Como você torço que a greve acabe, que os "homens"
tenham o bom senso de convergir numa solução a este impasse. Porém, penso que
nesta história não existem mocinhos e inocentes. A própria sociedade que se
omite e não cobra de governantes e profissionais atitudes e entendimentos é cúmplice
deste caos.
Pergunto: Só criamos
consciência destas coisas quando é deflagrada mais uma greve? Só nos damos
conta dos prejuízos e danos deste estado de coisas depois de 60 dias de
paralisação? No espaço de um ano letivo, quantas vezes os pais vão às escolas
participar ativamente da educação dos seus filhos? A sociedade, por este
instante "indignada e preocupada", sabe o que é um conselho ou
colegiado escolar e compreende a sua força?
Meu caro “amigo” e demais: o bolo amargo da educação deve
ser repartido e todos nós temos que nos deliciar com o seu pedaço infeliz... Um
abraço!!!